quarta-feira, maio 19, 2004

Banalidades Ocasionais

A gare que não respira...
O comboio que tarda...
A saudade que virá
Nele, mal o comboio parta.

A expontânea e estranha vontade
Que me dá de pegar na caneta
E escrever esta banalidade,
Como se fosse o sinal do profeta...

(Como tantas outras banalidades que tenho escrito e que se têm escrito.
Nada mais que banalidades.
Amores, dores, sentidos;
Filosofias, crenças, vontades...
E banalidades... Sim. Todos eles banalidades,
Todos eles já sentidos
Em vidas anteriores
De pessoas anteriores,
De tempos já passados...)

Nunca o sentimento forte é original,
Sofrer, amar, querer, perder, desejar;
Penar, pensar, sentir, ressentir e repensar...
Tudo isto é banal.

(E, à parte de ser banal, é nobre,
Porque cada vez mais é verdadeiro,
E é ter coração pobre
Não ser banal, não ter sentido, ao menos,
Aquele amor corriqueiro.)