quarta-feira, maio 19, 2004

Vidas Passadas

Lagrimas me caem e lagrimas me moem,
Lagrimas me escorrem e me magoam
Vidas passadas nelas espelhadas,
Vidas vividas jamais sentidas...
Vidas saudosas, vidas intensas,
Vidas perigosas, vidas propensas...

Lagrimas me caem e me mancham o caderno,
Me apagam as linhas pintadas na vida.
Vidas passadas, maravilhosas!
Vidas desenhadas, coloridas
Que a lagrima apaga na sua corrida...
Sem pudor, sem temor, sem compaixão,
As lagrimas apagam do coração
As vidas passadas, as vidas sentidas,
As vidas felizes e as vidas vividas...
Os desejos, os porquês, os "não-sei"
Os talvez, os irei, os farei, os serei...

Tudo apaga e, por fim, apaga também o que não tive,
Apaga o que sonhei ter, o que não sonhei ter
E também o que sonhei não ter,
Parto agora do zero e não sei se a minha vida vive.
A lagrima corre e a sua passagem
Não deixa rasto que seja mais que recordação;
Grito bem fundo, nem sei em que linguagem
E há um som que faz eco no vazio do meu coração.


Junho(Julho?), 2003